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Hoje a paisagem é o meu corpo

P2 

sinopse>

A ideia que criamos do nosso próprio corpo é uma construção, sendo que cada viagem introspetiva que fazemos reforça certas ideias, dissipando outras. Sempre senti um a certa despersonalização em relação ao meu próprio corpo, um sentimento quase de desconexão insípida, pelo que para começar a trabalhar decidi preconizar o método de trabalho em detrimento à ligação com o eu - que surgiu posteriormente.

Dando continuidade ao modus operandi da proposta anterior no que toca ao recurso mínimo de materiais e equipamentos o meu processo resumiu-se a um exercício exploratório de recuperação de um sabão primitivo, que de modo muito rustico e até sustentável, aproveita materiais que sobre outro olhar seriam desperdícios. 

 

 

materiais> 

sebo de boi/carneiro,

resina de eucalipto,

soda caustica,

potassa,

cinza,

água,

sal

pesquisa>

A base de pesquisa para iniciar esta segunda proposta partiu mais por partilha de saberes orais e escritos do que por consulta via online, mas foi-me gentilmente disponibilizada uma digitalização de um livro antigo de saberes populares que está disponível nas imagens.

pós-projeto>

Este exercício trata-se de um projeto em construção que tenciono sem dúvida explorar posteriormente, mas ficam aqui alguns apontamentos das idealizações que tenho para o  mesmo,

1) por um lado utilizar as porções de sabão que preparei, e friccioná-lo em dialogo com o próprio corpo de modo a que as peças que remanescerem no fim desta dança entre o objeto e o eu são elas mesmas a materialização do objeto escultórico.

A cada pedaço estaria designado única e exclusivamente uma zona do corpo; p. ex. o fragmento x para a axila direita , o fragmento y para o peito esquerdo e assim em diante.

2) aplicação do composto criado, ainda em estado líquido, sobre as pequenas (e estranhas) áreas que o corpo cria fechando-se sobre si mesmo, como o espaços negativos entre a clavícula e o pescoço, ou o cotovelo trancado, ou até o vale que as coxas juntas formam desde a zona pélvica até os joelhos. As possibilidades são infinitas.

3) a subtração dos volumes quando o sabão se encontra sólido e procura pela modelação do objeto bizarro.

4) a criação de pequenos moldes que funcionaram como relíquias que são reproduzidas adotando formas que descontextualizem a figura e o material.

5) a par deste processo, o registro em vídeo e foto deste(s) momento(s), para em seguida atuar sobre os mesmos e explorar o seu cariz expositivo, ora em edição fotográfica, ora num pequeno caderno de arquivo.

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