"Gente quente / ri-se a gente"

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Partindo da confrontação com memorias e eventos passados resulta este projeto escultórico, frágil e precário desde a sua origem, que visa dar resposta à condição que a proposta Ut(er)opia nos apresenta.
A memória em questão, surge da sobreposição difusa de instantes enquanto criança que brinca, lado a lado com a perspetiva do meu avô, dese mesmo momento.
"Gente quente/ri-se a gente" um dizer de espelha a riqueza humana - o Amor de quem vive com o mínimo, o aconchego que as palavras trazem à criança que vive alienada na felicidade do agora.
Para tal, tornou-se instintiva a utilização da lã como matéria prima pura, que, através do processo de feltragem foi construindo um elemento cujas particularidades não o vinculam totalmente a uma simples manta, nem a um sobretudo, tornando-se assim um objeto de contornos fluidos.
Este objeto escultórico funciona assim como uma hipótese, dentro das milhares de hipóteses que poderiam ter sido apresentadas, de resposta à condição que a proposta trouxe, mas fazendo uma clara alusão às sensações de agasalho e de conforto que as memórias despertaram.









JOANA CARVALHO